15 de dez. de 2011

Nas mãos de Jean


As mãos de Eurídece, trata-se de um texto de Pedro Bloch, um ucraniano que veio para o Brasil ainda criança se instalando no Rio de Janeiro, essa peça foi escrita em 1948 tendo sua estréia 1950, protagonizada pelo ator Rofolfo May, que conseguiu o grande feito de se manter com esse peça durante vinte anos,fazendo mais de quatro mil apresentações. Esse texto é tido como o primeiro monologo brasileiro. Aqui foi apresentado pelo grupo CTI ( Ciclo de Teatro Independente) de Penedo/ AL contemplado pelo projeto “Quintas no Arena”, foi encenada pelo ator Jean Lenzi, que teve sua iniciação nos palcos, ainda durante sua vida escolar por volta de 2001, mas foi no curso de formação de ator da Ufal, que suas inquietações começaram a tomar forma, sem deixar de fazer troca de experiência com outros grupos e diretores do teatro alagoano, a exemplo da ATA, e de Lael Correia. Em 2002 entra para a Companhia Penedense de Teatro, no ano seguinte monta a Cia Dell`arte, que teve um curto tempo , com isso monta com mais dois amigos o Ciclo de Teatro Independente – CTI, escolhendo “As Mãos de Eurídece” para ser o primeiro espetáculo da Cia, com estréia em 2008 na cidade de Penedo, com participação garantida em vários festivais pelo nordeste, e agora volta aos palcos de Maceió, especificamente no Teatro de Arena. Durante 80 minutos nos apresentando Gumercindo Tavares, e sua paixão por Eurídedes que o faz abandonar a mulher e os filhos, gastando todo o seu dinheiro em cassinos e jóias para a amada, depois de sete anos ele retorna, sem dinheiro, doente e encontra a casa que outrora tinha residido com sua verdadeira esposa Dulce abandonada, restando apenas uma gaveta com alguns papeis que conta a historia da família durante sua ausência. Muitos momentos Gumercindo fala das jóias de Eurídece, e quanto a pediu para penhorar, e a amante recusou. Com uma trilha sonora quase ausente potencializa a nossa imersão no texto, a iluminação tinha caráter apenas para iluminar, contrapondo com a linha dos naturalistas que criticavam a iluminação que revelava a teatralidade, o cenário nos dava uma breve informação que se tratava de uma casa abandonada. O espetáculo tinha fortes características existencialistas, que busca explorar os sentimentos humano, tecendo criticas á sociedade a respeito das entranhas que aparentemente não se vê, mas se sente. Durante os momentos finais percebi uma certa inquietação por parte do publico,acredito que por se tratar de um monologo e do longo tempo de apresentação tenha deixado essa sensação. A construção cênica é de Lael Correia,plano de luz e som Jean Lenzi. No geral parabenizo ao grupo pela iniciativa é preciso ousar mais no teatro alagoano.

Texto de Maria Lucyelma.

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