18 de abr. de 2009

A Linguagem da Encenação Teatral ( Jean Jacques Roubine)

Nesse livro o autor da uma visão panorâmica do teatro moderno francês, fazendo uma abordagem de todos os elementos que compõe um espetáculo.
A peculiaridade de uma pratica teatral se alimenta de outra, ou seja, o teatro é escravo de sua infra-instrutora material, pois a encenação sustenta em discurso do aspecto político e econômico. O nascimento do teatro moderno se da no inicio do século XX, mas precisamente final do século XIX, com dois fenômenos ambos resultante da revolução tecnológica, que foi a quebra de fronteiras territoriais e a iluminação elétrica, outro fato de tamanha importância foi às condenações das praticas teatrais antigas. A iluminação elétrica enriquece os espetáculos como um novo campo de reflexão. Quem inaugura o teatro moderno é Antoine com suas inovações. Outro ponto abordado pelo autor é como fazer o espetáculo uma unidade organizada? Nesse ponto, ele chama o leitor a fazer uma reflexão, sobre o fato de durante boa parte da historia do teatro, alguns teóricos fragmentaram o sucesso dos espetáculos. Qualquer obra prima é um símbolo, portanto não suporta a presença de um humano, essa é a tese defendida pelo texto centristas, ou seja, para eles a encenação emana diretamente do texto, o ator é um mero simulador, colocando assim os outros recursos do espetáculo como irrisório. Já os naturalistas acreditam que o espetáculo se desenvolve da materialização do texto, um desses defensores é Meyerhold,forte defensor da tese que o texto pode ser modificado, mudando o sentido de acordo com a época e seu publico e que as intenções do autor não pode incluir outras referencias de outra interpretação. Mesmo assim ele não busca a exclusão do texto e sim a articulação do texto com a encenação, para ele a palavra não domina o espaço cênico. Gaston Bary reagiu à submissão do encenador ao texto seguindo a idéia de Craig que era a superação do encenador, colocando assim o autor como um colaborador do encenador.
Brecht faz uma interação à função do texto dentro de um conjunto de realizações cênicas. E também com ele o texto a ser lido reintroduz um mundo real como um dado exterior ainda que alheio ao espetáculo." Uma idéia legitimamente teatral apartir do momento que se consegue ver".
O teatro de integração propõe ao espectador uma experiência dos limites, para Grotowski a resposta da pergunta sobre o autor e o texto, sofre uma modificação. È o autor não mais só ele e o encenador e sim toda a coletividade em que se encere o espetáculo. Com Théâtre du Solul desenvolve um trabalho com improvisações baseadas em personagens como palhaço e de alguns da Commedia Dell' Arte, apartir dai é criado o texto, da performace do comediante. Mesmo assim o texto é criado com certas regras.
Mais um ponto desse livro é o espaço cênico do século XX, que foi nesse século que se toma conhecimento do palco italiano, que resolveu muitos problemas do ponto de vista do espectador, iluminação e a acústica, permitindo um melhor efeito de ilusão. Sem a estrutura do palco italiano Antoine não poderia ter desenvolvido a teoria da quarta parede, ou seja, a posição em que o espectador fica face-a-face com o espetáculo. Em contra partida houve varias criticas a esse espaço uma delas foi à representação máxima da desigualdade social, pois através das localizações dos acentos poderíamos apontar a sua colocação econômica.
Em 1903, Romain Rolland sugere tirar o teatro das salas italianas e instalar em outros locais, alegando que o teatro é para o povo e por isso tem de ser mais amplo e democrático. Para Artaud que também pensava em escapar das estruturas italianas, pois a considerava arcaica, reformando a sua maneira que era esvaziada. Com Brecht o palco vira uma área de jogos, um espaço em função do representador. Em 1919, Max Reinhardt transforma o Circo de Berlim em um grande teatro com capacidade para 3 mil espctadores, onde os atores se misturam a platéia na hora da encenação.Grotowski tem a idéia de fazer do espectador parte do espetáculo,ou seja,ele o coloca no palco a exemplo de Kordian onde o cenário é um hospício e ele divide o espaço em quatro entradas com camas e a platéia ficava em cima dessas entradas onde evoluía os atores.
Com relação aos instrumentos do espetáculo, os naturalistas não se preocupam em modificar a pratica teatral e sim conduzi-la a relação autentica a pratica real, ele rejeita o ilusionismo, que busca sempre o real, como exemplo podemos falar do figurino que para eles deveria ter todas as características dos personagens, mostrando o seu status social, sua época, etc. A iluminação por eles eram bastante criticada segundo sua linha, se não condissesse com o espaço, ou melhor, que não envolvesse o elemento iluminado de realidade não serviria. Com os simbolistas as coisas se davam de outra forma, pois eles não queriam apresentar a realidade e sim uma livre imaginação por parte do espectador, com símbolos no figurino e até na coreografia.Adolphe Appia é o primeiro a perceber o quanto á iluminação é importante para o ator, com tal recurso facilitava a sua capacidade de ilusão. Colocando o ator com total poder sobre o espetáculo, lhe possibilitando usar todos os objetos cênicos da melhor forma. Edward Gordon Craig assim como Appio coloca como ilusório o cenário pictórico, o ultimo faz uma pesquisa adotando a nudez do espaço cênico, privilegiando a estrutura arquitetônica do espaço, outra fonte de pesquisa é a coreografia que ao contrario dos naturalistas que busca a apresentação do real, eles criam uma estrutura utilizando as três dimensões do palco, dando uma visão de dinamismo da encenação.Com o chamado teatro pobre Grotowski que abomina o uso de qualquer instrumento cênico em que o ator não possa utilizar, o figurino tem de ter a função de ajudar o ator a construir o personagem, constituído de cores que interponha no espaço cênico, esse figurino tem duas característica que são permitida ao corpo do ator, que são a autenticidade da expressão como também ao espectador decifrar os signos contido na roupa. Outro elemento importante é a sonoplastia, os naturalistas foram os primeiros a questionar o uso do som no espaço cênico, pois ele serviria para reforça a ilusão visual. Stanislavski por sua vez elabora partituras sonoras com grande precisão para os seus espetáculos. Tanto para Craig quanto para Artoud a musica aparece como um instrumento de unificação dos elementos do espetáculo. Para Brecht a função é interromper a sequência da ação distribuindo efeito do real. No capitulo seguinte fala sobre a metamorfose do ator um dos termos usado por alguns teóricos foi o de monstro sagrado, que é tido como possuidor de grandes dons, exigido assim que eles sejam os seus próprios diretores, de modo que nada nem ninguém possa perturbar o seu processo de criação do seu personagem, ou melhor, dizendo um ator com princípio de narcisista.Eram feitas varias criticas por parte de Craig e Stanislavski, pois para eles o ator que se integra a seus impulsos não merecia mais confiança. Se para o primeiro há uma rejeição para com a emoção como instrumento negativo para a criação,para o segundo que acreditava que o uso da emoção pelo ator, emoção essa partida de suas vivencias intimas, contribuiriam sim positivamente para a formação do personagem. E por fim o autor faz uma abordagem sobre a organização teatral na França.



Texto de Maria Lucyelma

Bibliografia

Roubine, Jean Jacques, A linguagem da encenação teatral,tradução e apresentação Yan Michalski,2º edição, editora Jorge Zahar,1998-Rio de janeiro-Rj

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