7 de jul. de 2012

Oasis de Bethânia

O novo CD de Maria Bethânia, não poderia fugir a regra, de sempre bem produzido, nus deixando a sensação de todo o cuidado que ela tem para com o seu publico sempre querendo nos mostrar o quanto o nosso país é rico culturalmente, fazendo  uma viagem pela poesia. Esse um pouco diferente já que ela coloca um texto seu na nona faixa com tempo estimado em 11 minutos com o titulo de Carta de Amor, que o amor mesmo fica só no nome, coloquei em baixo todo o texto:


 Carta de Amor Maria Bethânia

 Não mexe comigo que eu não ando só
 Eu não ando só, que eu não ando só
 Não mexe não (2x)


 Eu tenho zumbi, besouro o chefe dos tupis
 Sou tupinambá, tenho erês, caboclo boiadeiro
 Mãos de cura, morubichabas, cocares, arco-íris
 Zarabatanas, curarês, flechas e altares.
 A velocidade da luz no escuro da mata escura
 O breu o silêncio a espera. eu tenho jesus,
Maria e josé, todos os pajés em minha companhia
 O menino Deus brinca e dorme nos meus sonhos
O poeta me contou.

Não mexe comigo que eu não ando só
 Eu não ando só, que eu não ando só
 Não mexe não (2x)

Não misturo, não me dobro.
A rainha do mar Anda de mãos dadas comigo, me ensina o baile
 Das ondas e canta, canta, canta pra mim,
 é do Ouro de oxum que é feita a armadura que guarda o
Meu corpo, garante meu sangue, minha garganta
O veneno do mal não acha passagem e em meu Coração
 Maria ascende sua luz, e me aponta o Caminho.
 Me sumo no vento, cavalgo no raio de iansã, Giro o mundo, viro, reviro tô no reconcavo Tô em fêz,
vôo entre as estrelas, brinco de Ser uma, traço o cruzeiro do sul com a tocha
 Da fogueira de joão menino, rezo com as três Marias, vou além me recolho no esplendor das Nebulosas descanso nos vales, montanhas, durmo
Na forja de ogum, mergulho no calor da lava
 Dos vulcões, corpo vivo de xangô

 Não ando no breu nem ando na treva
Não ando no breu nem ando na treva
É por onde eu vou o santo me leva
É por onde eu vou o santo me leva(2x)

Medo não me alcança, no deserto me acho, faço
Cobra morder o rabo, escorpião vira pirilampo
Meus pés recebem bálsamos, unguento suave das
Mãos de maria, irmã de marta e lázaro, no Oásis de bethânia.
Pessoa que eu ando só, atente ao tempo num
Comece nem termine, é nunca é sempre, é tempo
De reparar na balança de nobre cobre que o rei
 Equilibra, fulmina o injusto, deixa nua a justiça


Eu não provo do teu féu, eu não piso no teu chão
 E pra onde você for não leva o meu nome não
E pra onde você for não leva o meu nome não(2x)


Onde vai valente?
 você secô seus olhos insones Secaram, não vêêm brotar a relva que cresce livre
E verde, longe da tua cegueira.
 Seus ouvidos se fecharam à qualquer música, qualquer som, nem o
 Bem nem o mal, pensam em ti, ninguém te escolhe
 Você pisa na terra mas não sente apenas pisa,
Apenas vaga sobre o planeta, já nem ouve as
 Teclas do teu piano, você está tão mirrado que
 Nem o diabo te ambiciona, não tem alma você é
O oco, do oco, do oco, do sem fim do mundo.

 O que é teu já tá guardado
Não sou eu que vou lhe dar,
Não sou eu que vou lhe dar,
Não sou eu que vou lhe dar.(2x)

 Eu posso engolir você só pra cuspir depois,
Minha fome é matéria que você não alcança,
Desde o leite do peito de minha mãe, até o sem
Fim dos versos, versos, versos, que brota do
 Poeta em toda poesia sob a luz da lua que deita
Na palma da inspiração de caymmi, se choro quando
Choro e minha lágrima cai é pra regar o capim que
Alimenta a vida, chorando eu refaço as nascentes
Que você secou. Se desejo, o meu desejo faz subir marés de sal, e
Sortilégio, vivo de cara pra o vento na chuva, e
Quero me molhar. o terço de fátima e o cordão de Gandhi, cruzam o meu peito.
Sou como a haste fina, que qualquer brisa verga,
 Mas nenhuma espada corta

Não mexe comigo, que eu não ando só
Eu não ando só, que eu não ando só
(2x) Não mexe comigo

Nenhum comentário:

Postar um comentário