24 de jan. de 2010

LIVRE

Terra.
terra.
será?
Areia e névoa...
Eu quero um chão para amar.

O mundo, no fundo,
Um vão de má sorte.
Amar o chão que alguém pisa
Por outras narinas, o ar respirar.

Me dá meu quinhão, ó vida tão triste, ingrata e seca!
Um punhado de terra chamado paixão
E amor maior. E mais forte. E livre de mim!
Que aprisiono até pensamentos

Que o traga o vento
Em grãozinhos de areia
Esse chão, mansamente, pra dentro de mim
E o amor que semeia
Pra que eu o tenha enfim
Terra.
terra.
serei.

Risadas na dor.
Alegria pungente
Meu amor indecente
Libertarei
E com lágrimas de sonhos
No mais puro abandono
Meu chão regarei.

LIVRE.

Analúcia Azevedo.

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